A ASTRALBR visa informar, orientar e divulgar referências e conhecimentos sobre Transtornos Alimentares.
Entendemos ser de suma importância quebrar o silêncio, para acabar com o estigma, que dificulta a procura por tratamento.

Vídeos Educativos:

O que é MITO e o que é VERDADE sobre o sofrimento com a comida e o corpo.

Muitas pessoas com transtornos alimentares parecem saudáveis, ainda que estejam extremamente doentes. Ter um TA não é uma escolha, é uma grave doença mental, com influência biológica. Os mitos e o estigma relacionados com a doença mental vem do medo do desconhecido. Neste vídeo vamos tirar muitas dúvidas. O entrevistado é o Médico Psiquiatra Dr. Táki Athanássios Cordás, Professor Doutor em Psiquiatria e Coordenador Geral do AMBULIM, o Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.

Tire suas dúvidas:

  • O que são transtornos alimentares?

    Transtorno alimentar (TA) é um transtorno mental que se define por padrões de comportamentos alimentares inadequados que afetam negativamente a saúde física e mental do indivíduo. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) existem 8 diagnósticos de TAs. São eles:

    1. Anorexia Nervosa (AN): caracterizada pela baixa ingestão calórica, a partir de restrições rigorosas que geram extremo baixo peso corporal no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Ademais, ocorre a apresentação do medo mórbido de engordar e perturbações quanto ao peso e à forma corporal; comumente, pode haver distorção da imagem corporal.

    2. Bulimia Nervosa (BN): descrita por episódios de compulsão alimentar (consumir uma grande quantidade de alimentos em curto espaço de tempo) que acontecem periodicamente com comportamentos compensatórios inadequados. A característica mais evidente de pacientes bulímicos é a sua peculiar relação com a comida, cuja sensação é a de completa perda de controle. Esses episódios costumam acontecer às escondidas, preferencialmente quando a pessoa está sozinha, mas são acompanhados dos sentimentos de culpa, vergonha e de muito medo de engordar.

    3. Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA): caracterizado pela presença e episódios de compulsão alimentar acompanhado de uma sensação de falta de controle sobre a capacidade de comer. Após esses episódios é comum surgir sentimentos de aversão, depressão ou culpa. Alguns comportamentos são comuns a esses quadros, como roubar ou acumular comida em lugares estranhos e a realização de rituais para as sessões de compulsão.

    4. Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo (TARE): definido pela esquiva ou restrição da ingestão alimentar manifestada por fracasso em satisfazer as demandas de nutrição ou ingestão energética insuficiente a partir da ingestão oral de alimentos. Deve estar associado a um ou mais dos seguintes aspectos: Perda de peso significativa, deficiência nutricional significativa, necessidade de terapia nutricional enteral ou oral, interferência marcante no funcionamento psicossocial.

    5. Pica: caracterizado diante da ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas, e que não são consideradas alimentos – por exemplo, algodão, papel e tinta – de forma persistente, durante o período mínimo de 1 mês.

    6. Transtorno de Ruminação: encontrado quando há a regurgitação repetida de alimentos depois de ingerido, durante um período mínimo de um mês. Nestes casos, o alimento é trazido à boca sem náuseas aparentes, ânsia de vômito ou repugnância, podendo ser remastigado e então ejetado da boca ou novamente deglutido, sem nenhuma condição clínica que justifique tal comportamento.

    Nos três últimos transtornos alimentares mencionados, não há presença do medo de engordar ou da insatisfação corporal.

    7. Outro Transtorno Alimentar Especificado (OTAE): caracterizado em indivíduos que possuem um transtorno alimentar que resulte em significativo prejuízo funcional, social ou qualquer área importante da vida, mas que não satisfazem todos os critérios diagnósticos para os Transtornos Alimentares mencionados acima. São eles: Anorexia nervosa atípica, Bulimia nervosa de baixa frequência/duração limitada, TCA de baixa frequência/duração limitada, Transtorno de purgação, Síndrome do Comer Noturno.

    8. Transtorno Alimentar Não Especificado (TANE): encontrado em situações em que o indivíduo apresenta sintomas de transtorno alimentar clinicamente relevantes ou que causam impacto funcional e social, porém não satisfazem critérios diagnósticos dos demais TAs.

  • Transtornos alimentares são frequentes na nossa população?

    Os Transtornos Alimentares ocupam a posição de terceira doença crônica mais prevalente em adolescentes do sexo feminino, depois da obesidade e da asma, e acham-se associados com às mais altas taxas de mortalidade entre as doenças psiquiátricas. As taxas de prevalência variam de acordo com cada diagnóstico, sendo os mais comuns: Anorexia Nervosa (0,1%), Bulimia Nervosa (1,16%), Transtorno da Compulsão Alimentar (3,5%).

  • Quem está em risco?

    O risco independe de idade, gênero, raça, religião, orientação sexual. Apesar de poder afetar a população geral, são considerados grupos de risco meninas adolescentes, homens e mulheres que sejam preocupadas excessivamente com a forma corporal e tenham como foco de trabalho exigências com relação ao corpo e alimentação, como modelos, bailarinas, atletas, estudantes de nutrição e educação física.

  • O que causa um transtorno alimentar?

    É comum as pessoas quererem achar um “culpado”, algo que explique o surgimento da doença. Porém, o transtorno alimentar é resultado da interação entre vários fatores, o que comprova a complexidade dos casos. Há fatores classificados como predisponentes, desencadeadores e mantenedores. A cultura e o meio social, através da mídia, são facilmente identificados a partir dos padrões de beleza, nos quais são cultuadas as formas magras e definidas de um corpo perfeitamente surreal e extremamente desejado por quem quer que seja.

    Por fator predisponente, entende-se as influências biológicas, genéticas e psicológicas do indivíduo. Já os fatores desencadeadores (ou precipitantes) são compreendidos como o ambiente no qual o indivíduo se desenvolve, ou seja, seu meio social, cultural e familiar. Alguns exemplos seria decidir fazer uma dieta restritiva, vivenciar uma crise familiar ou um luto. Para os fatores mantenedores, têm-se como exemplos as manutenções das relações familiares somadas às contribuições dos bombardeios de ideais de perfeição corporal dos veículos publicitários (forma de expressão cultural da atualidade).

  • Como identificar um transtorno alimentar?

    A chance de recuperação aumenta o quanto mais cedo o transtorno alimentar for identificado. Os sinais e sintomas de atenção podem variar de acordo com o tipo de transtorno alimentar. Para saber mais acesse nosso material educativo aqui .

    Se você desconfia que alguma dessas alterações esteja ocorrendo com você ou com alguém que você ama, não tenha medo, procure ajuda e orientação profissional adequada. É possível voltar a se relacionar de maneira saudável com a comida e com o corpo.

  • Como é o tratamento?

    Dada a complexidade, gravidade e cronicidade dos transtornos alimentares, já é um consenso que o tratamento exige o envolvimento plural de abordagens e profissionais. A equipe mínima é composta por três profissionais que sejam especializados na área: Psiquiatra, Psicólogo e Nutricionista. Outros profissionais, também importantes, podem compor a equipe, tais como: educadores físicos, fisioterapeutas, neuropsicólogos, enfermeiros, médicos de outras especialidades. Para entender um pouco mais sobre a atuação de cada um deles no tratamento clique aqui.

  • É possível prevenir?

    O que sabemos hoje é que a prevenção pode ser feita com a população como um todo envolvendo desde o ambiente escolar com participação de professores, coordenadores, pais e alunos, até o governo com a regulamentação de medicações para emagrecer/suplementos/shakes.  No entanto deve-se dar maior atenção aos grupos de risco, como meninas adolescentes – geralmente mais preocupadas com peso e forma corporal, além de grupos que tenham como foco de trabalho, exigências com relação ao corpo e alimentação, como modelos, bailarinas, atletas, estudantes de nutrição e educação física.

    Um alerta importante a todos profissionais, educadores e pais, é de que todas as ações, em qualquer nível, local, e grupo devem ter foco em mudanças de comportamento que promovam uma melhor relação com comida e corpo. Para saber mais acesse como prevenir sem causar danos

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